quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Carlos Queiroz - As desventuras processuais do Mercador de Veneza




Declaração de interesses: não gosto de CQ,  abomino as suas opções tácticas, as decisões que toma no decurso das partidas e o modo como gere o fluxo informativo à volta da Selecção Nacional. 

Não é nem nunca foi o meu Seleccionador Nacional.

No restante não há como evitar, a este homem assiste razão. 

Não vou desenvolver aquilo que é evidente: uma selecção sem seleccionador prejudica o apuramento para o Europeu e envergonha um país e uma federação (sem utilidade  pública - retirada por este mesmo Governo) que pretende organizar um Campeonato do Mundo de Futebol.

O que me interessa é apenas o seguinte, como é possível que num pais de juristas se cometam tantos atropelos ao Direito? Vejamos:
  1. Nunca as injúrias à mãe do Dr.º Horta passariam num qualquer inquérito preliminar competente e chegariam a constituir acusação de obstrução à actividade do controlo da ADoP, acho mesmo que apenas poderiam ser julgadas num Tribunal Civil; 
  2. A ADoP julgou um processo em que os seus técnicos, quadros ou tarefeiros, o que quer que sejam, e lhe prestam trabalho ou serviços, se viram envolvidos ou testemunharam, isto é, julga em causa própria; 
  3. A ADoP decidiu contra CQ sem o ouvir, violando o mais básico e elementar dos direitos de defesa, de qualquer arguido, em qualquer lugar do mundo (tudo o que possam vir a argumentar, posteriormente para justificar o facto não colhe);
  4.  A ADoP, ao que tudo indica, sentenciou CQ, relativamente à mesma acusação de que tinha sido ilibado no CJ da FPF (obstrução/perturbação da actividade de controlo da ADoP), violando outro princípio basilar: o do caso julgado, explicando melhor, julgou pela segunda vez, um caso já antes decidido em definitivo, neste caso, por outra instância.
Penso que nem o Prof. Marcelo vai obnubilar (sempre quis utilizar o vocábulo) estes atropelos no próximo domingo.


P.S. O anão gigante redigiu, os amigos ajudaram, e ninguém assume qualquer responsabilidade, porque estes gajos do futebol são, em muitos casos, uns grandes filhos da puta.

1 comentário:

  1. Sindicato do Cidadão03:29

    Nem mais, concordo em absoluto.

    Preciso e conciso. Contundente, mas correcto na identificação de uns e outros.

    Há polvo e não é o Paul mas é como se fosse CQ vai ser punido, mas todos temos o dever de expressar o lado que escolhemos para bem do futuro do nosso País.

    ResponderEliminar