"Mau como as cobras", foi o que disseram quase todas as mulheres de Chaplin. Numa altura em que as ligas puritanas marcavam Hollywood homem a homem, uma menor, Mildred Harris, clamou estar grávida dele. Sem poder arriscar o escândalo, o genial Chaplin casou-se. Estava à espera dela no registo e, vendo chegar a juvenil figura, não resistiu a um comentário sibilino: "Sinto um bocadinho de pena dela." Não era caso para menos, em dois anos estavam divorciados e ela acusava-o, provavelmente com inteira verdade, de crueldade mental.
Lita Grey [...] aos 15, Chaplin chamou-a para ser a estrela de "The Gold Rush". Ainda chegou a filmar, mas Lita descobriu-se, de repente e não por acaso, em estado interessante. Novo casamento urgente e obrigatório; nova tragédia pessoal. Chaplin abandonou-a num palácio dourado, enquanto se locupletava em infidelidades que incluiam a actriz que a substituiu e uma amiga que Lita lhe apresentara. A declaração de Lita no divórcio foi histórica: acusava Chaplin de todas as crueldades e mesmo de uma heterodoxa abordagem à relação sexual que a lei californiana condenava.
[...]
A desumanidade de Chaplin explica a humanidade da sua obra? O facto é que as tragédias, próprias ou alheias, foram o capital cómico dos seus filmes.
Manuel S. Fonseca in Expresso, Atual, 6 de Abril de 2012. p. 13
As muitas mulheres de Chaplin.
ResponderEliminarO seu génio é proporcional ao descarrilar amoroso da sua vida.