Este tem que ser pensado! Vou copiar e colar a imagem e guardar! Isto pia fino! Sempre adorei escadas! Devem levar-me para o seu das gralhas, mas isso é um caso à parte! Nem tudo é o que parece!
Olhei para a escada e achei que tinha qualquer coisa de especial. Era estranho, uma escada ali, surgida do nada. Quem a teria lá posto e com que intenção? O quem, o porquê e o para quê misturam-se e não me detenho. Passo, de imediato, à fase seguinte. Eu sei que o local de onde a escada parte é bonito. Mas, quando vejo uma coisa destas pela frente, esqueço o barulho das folhas secas, esqueço os solavancos do meu corpo ao percorrer os desníveis do terreno. Esqueço o vento, as sombras e o cheiro esbaforido das ervas. E começo a subir. Nunca paro porque tenho pressa de ver como é o dorso da montanha. Quando lá chego, tenho medo de me pôr de pé e nem olho o espaço percorrido. É evidente que subir, degrau a degrau, foi magnífico. A respiração acelerou e o ar foi ficando cada vez mais rarefeito. Tinha a sensação de que a escada nunca mais iria acabar. Deito-me sobre o dorso da montanha e ponho a cabeça de lado. As nuvens vão-me cercando e não me dão tempo para querer o que quer que seja. Aqui, em cima, só estamos nós: eu e elas. Tudo por cima da montanha. Não sei quantos degraus acima do sopé. Sei que são muitos. Devo ter percorrido mais de mil. Mais de mil degraus a respirar fundo e mais de mil superfícies rugosas a barrarem-me o olhar como se estivesse dentro de um túnel. Como é que estar fora se pode confundir com o estar dentro? O frio e o entardecer, acho que adormeci escarranchada na montanha, obrigam-me a tomar uma decisão. Agora quero. Vou descer pelo outro lado da escada. Descer parece-me mais fácil. É por isso que me ponho de pé, por uns momentos, com as costas contra as traves da escada. As nuvens começam a dissipar-se. Será que há mar do outro lado? O que será de mim se isso for verdade? Eu que não sei nadar? Volto-me e continuo a descer… Ainda são mais degraus a descer do que a subir. Até parece que vou descer ao mais profundo de mim. Haverá escadas dentro de nós? Será que as subimos e as descemos? Não, não é o mar que está lá, no fundo. Mas parece. É a planície! O resto é igual ao que está do outro lado da montanha: sombras, folhas secas e os solavancos do meu corpo. A planície impõe-se e eu fico a pensar que uma planície é o mesmo que um aeroporto. Eu e a planície: um aeroporto a perder de vista. A escada da montanha se fosse estendida pela planície não chegava! Jamais chegarei ao fim de mim!… Subi e desci para descobrir isto! Que bom!
Este tem que ser pensado! Vou copiar e colar a imagem e guardar! Isto pia fino! Sempre adorei escadas! Devem levar-me para o seu das gralhas, mas isso é um caso à parte! Nem tudo é o que parece!
ResponderEliminarPOIS PRA MIM É TUDO MUITO CLARO: É O MEIO DO BENFICA GANHAR MELHORES ARES NA GRAMA DOS CAMPOS.
ResponderEliminarValha-te o sagrado lenho e a senhora da grutas de S. António, olho azul! Tu nem as pensas! O teu benfica!... Onde é que isso já vai?
ResponderEliminarSÓ ARRISQUEI ESTE NEGÓCIO DE BENFICA...AQUI SOU FLAMENGO E INCANSÁVEL NA ARTE DE APANHAR, ""TAMBÉM""
ResponderEliminarESCREVI ISTO, INSPIRADA NESTAS ESCADAS!AQUI VAI!
ResponderEliminarOlhei para a escada e achei que tinha qualquer coisa de especial. Era estranho, uma escada ali, surgida do nada. Quem a teria lá posto e com que intenção? O quem, o porquê e o para quê misturam-se e não me detenho. Passo, de imediato, à fase seguinte. Eu sei que o local de onde a escada parte é bonito. Mas, quando vejo uma coisa destas pela frente, esqueço o barulho das folhas secas, esqueço os solavancos do meu corpo ao percorrer os desníveis do terreno. Esqueço o vento, as sombras e o cheiro esbaforido das ervas.
E começo a subir. Nunca paro porque tenho pressa de ver como é o dorso da montanha. Quando lá chego, tenho medo de me pôr de pé e nem olho o espaço percorrido. É evidente que subir, degrau a degrau, foi magnífico. A respiração acelerou e o ar foi ficando cada vez mais rarefeito. Tinha a sensação de que a escada nunca mais iria acabar.
Deito-me sobre o dorso da montanha e ponho a cabeça de lado. As nuvens vão-me cercando e não me dão tempo para querer o que quer que seja. Aqui, em cima, só estamos nós: eu e elas. Tudo por cima da montanha. Não sei quantos degraus acima do sopé. Sei que são muitos. Devo ter percorrido mais de mil. Mais de mil degraus a respirar fundo e mais de mil superfícies rugosas a barrarem-me o olhar como se estivesse dentro de um túnel. Como é que estar fora se pode confundir com o estar dentro?
O frio e o entardecer, acho que adormeci escarranchada na montanha, obrigam-me a tomar uma decisão. Agora quero. Vou descer pelo outro lado da escada. Descer parece-me mais fácil. É por isso que me ponho de pé, por uns momentos, com as costas contra as traves da escada. As nuvens começam a dissipar-se. Será que há mar do outro lado? O que será de mim se isso for verdade? Eu que não sei nadar?
Volto-me e continuo a descer… Ainda são mais degraus a descer do que a subir. Até parece que vou descer ao mais profundo de mim. Haverá escadas dentro de nós? Será que as subimos e as descemos?
Não, não é o mar que está lá, no fundo. Mas parece. É a planície! O resto é igual ao que está do outro lado da montanha: sombras, folhas secas e os solavancos do meu corpo. A planície impõe-se e eu fico a pensar que uma planície é o mesmo que um aeroporto. Eu e a planície: um aeroporto a perder de vista. A escada da montanha se fosse estendida pela planície não chegava!
Jamais chegarei ao fim de mim!… Subi e desci para descobrir isto! Que bom!
03-08-2012
Isabel Viera