segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Há um tempo perdido em mim. Lá fora é mais tarde



Wings of Desire (Der Himmel über Berlin), Wim Wenders, 1987. Na foto, Bruno Ganz


A intenção é leal e honrada, como a do cangalheiro que despeja o corpo na cova, mas não é verdade. Não é sempre verdade ou não é verdade todos os dias. Há um vazio que nos acompanha e não se esgota: aumenta ou diminui, avoluma-se ou mirra. A dimensão varia com o tempo, pode até ficar imperceptível, e no entanto perdura, como a doença crónica, mas não mortal, que o paciente incorpora até não mais recordar ter vivido de outro modo. 

2 comentários:

  1. Respostas
    1. É muita responsabilidade. Apesar disso, cresci logo cinco centímetros.

      «O let the song of praise be sung;
      Alleluia!»

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