sexta-feira, 16 de outubro de 2015

I am not in love . . . but I’m open to it


A Caverna das Ninfas da Tempestade, 1903, Sir Edward Poynter

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Every man needs two women, a quiet home-maker, and a thrilling nymph


Ninfas e Sátiro, 1873, William-Adolphe Bouguereau

Shelley


The Water Nymph, 1908, Herbert James Draper

           And the rose like a nymph to the bath addressed,
           Which unveiled the depth of her glowing breast,
           Till, fold after fold, to the fainting air
           The soul of her beauty and love lay bare.
The Sensitive Plant, 1820

Ninfas, sejam todos os pecados meus, nas vossas orações, evocados (Hamlet)


Ilustração de Édouard Manet para L'après-midi d'un faune de Stéphane Mallarmé
 
J'avais de nymphes. Est-ce un songe? Non: le clair
Rubi des seins levés embrase encore l'air
Immobile.*
Ces nymphes, je les veux émerveiller.
Ces nymphes, je les veux perpétuer.**
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*Versão inicial de 1865.
**Versão publicada em 1876 da obra maior (poética) do simbolismo francês.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Se a luxúria enche meu corpo fundo apenas um oceano o pode esvaziar*


Culpado foi o Inverno ameno e seco. Ainda o estio vinha longe e já o mercúrio galgava a escala. Astrólogos e meteorologistas, ofícios irmãos na exactidão matemática e de reputação consagrada, agouraram: «O Verão do nosso descontentamento não tarda,** e será um dos mais quentes de que há memória.»*** A justificação? Elementar (explicou depois o professor doutor J. H. Watson da Universidade de Oxford), as alterações climáticas cresceram em pujança. Após a mortandade vegetal na Amazónia, os excessos nos combustíveis fósseis (Volkswagen incluída), o metano lançado à atmosfera por vacas de todo o mundo (uni-vos!), eis que eclode impetuosa e despudorada a máquina de fumar electrónica. A invenção que suprime o elitista charuto e o operário cigarro foi saudada com vivas e amanhãs cantados. E-fumadores de todo o mundo batem no peito em contentamento, arrotam nicotina automática e exibem amor ao pénis do robot. Freud cora enquanto inala mais uma linha.****

Sensato, faz planos. Não garantem sucessos, minimizam riscos. Assim acredita com a mesma fé de quem carrega um pára-quedas suplementar. Em Dezembro faz pedido ao Menino Jesus. A quem havia de ser? Cristão, assiste com repulsa ao desvelo que pais e educadores ostentam pelo velho obeso de barbas brancas. Esse que nos templos pagãos atrai crianças com doces, as senta no colo, beija e acaricia. Ninguém gosta assim tanto de fedelhos mimados. O traje garrido e ridículo é disfarce. Envergasse ele fato de três peças Príncipe de Gales, farpela de escuteiro, vestimenta de professor de ginástica ou batina, e era vê-los correr, martelando smartphones, berrando indignações em redes sociais, lançando apelos e petições.


Por motivo dos custos de armazenagem, seguros e manutenção, pede entrega em Julho quando o calor requisita o corpo, os membros dilatam, a sudação mostra-se e as férias nos deixam ausentes de nós.


Chegara-se ao Outono e coisa nenhuma. Era uma dessas noites de luar, tépidas, em que o instinto nos leva a procurar espaços abertos. Abafa-se nas salas e não só de calor. Sentado frente à enorme massa líquida observa as ondas que se desenrolam exaustas — o plano inclinado devolve-as ao mar. Sobram na areia flocos de espuma, água morta portanto. Agora como antes ergue-se e caminha de volta ao topo da duna nua de flora nativa — um mons veneris actual. No trajecto pontapeia montículos de areia cobertos de lascas de búzios que, pequenas e afiadas, se cravam na pele, abrem feridas que sangram e ardem. A sua mortificação. Um ordálio e seria culpado. Inexoravelmente culpado. 

Não foi este o tempo de ser regalado com ninfa orgulhosa que despreze água para ficar molhada. Fica o remorso de não haver abandonado ninguém.  

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*«[...]se a luxúria enche meu corpo,/apenas minha amada o pode esvaziar.», versão Herberto Helder de canção indonésia traduzida sabe-se lá de que língua.
**Também veio no Outono, o outro descontentamento, em 4 de Outubro.
***Não leram Steinbeck. E do sucedido em 1975 saberão o que a têve mostra. O comunicado conjunto, tudo indica, terá sido redigido por um antigo revisor gráfico, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, conhecedor das inclinações políticas do John.
****Sabemos que Freud a tomava liquida, diluída em água.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

...


«'What day is it?'
‘It’s today
,' squeaked Piglet.
‘My favorite day,’ said Pooh.»