sábado, 28 de novembro de 2015

Abraço o trabalho do mineiro e cavo prazer no veio do teu corpo



Imagem de James Christopher

«Kropotchine, se estava normal, vinha cheio de urgências. Os seus beijos faziam-se vorazes, inundava-lhe a boca toda com a língua, saliva e bigodes, deixando-a quando se afastava rebrilhando de muco e tão vermelha como uma ferida aberta. Nessa altura os olhos de Kropotchine já tinham o característico langor mortiço, o sexo aparecia de repente na sua mão como um estandarte e ele empurrava-a contra a parede e arremetia várias vezes de uma forma que queria ser exemplarmente erótica e sumariamente brutal e não conseguia ir além do arremedo de uma farsa boa para assustar meninas em idade escolar. Porque no fim de contas Kropotchine era um clássico, um macho soft, um tipo quase tão romântico como o Yves Montand. Preferia fazer amor deitado na cama ou no tapete, às vezes sentado quando escasseava o espaço disponível, mas era muito típica da sua sexualidade pouco burilada aquela maneira de espetar uma mulher contra a parede.» 

8 comentários:

  1. (obrigada, anão :) encontrei uns vestígios na net, estou encantada)

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    1. Arqueologia literária não é coisa boa. Compra um livrinho da Teresa Veiga. Ela merece isso e muito mais.

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    2. são bem mais que vestígios, mas claro que tens razão. ela merece, sim. acredita que vou tratar de comprar o livro.

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    3. (já o tenho! :)

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    4. (... raios, anão... fizeste-me perceber quão velha estou... tive de ir googlar esse boneco...)

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    5. O excesso de aniversários mata.



      Mas não vamos pensar nisso agora, uma mulher aborrecida é pior. Ouçamos Barry White ;)

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  2. Ora aí tá prosa Bem metida sim senhora...vira milho!

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