terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Dicionário ideográfico. Da verdade: entrada #1


A verdade, reiteradamente uma questão semântica, quando não terminológica. Do parto maiêutico salvam-se nado-mortos.

7 comentários:

  1. E vais andar a vida toda a pensar que é assim? O que é que pode mudar e o que é que não pode mudar? Supondo que a verdade possa ser isto, como é que te relacionas com estes conteúdos?

    ResponderEliminar
  2. É como a religião, e funciona como tal. Tem uma data de seguidores, que seguem o seu próprio conceito do conceito.
    Se todas as discussões que buscam o apuramento da dita, começassem por "A minha verdade é que..."
    Se a palavra, por si, já dispusesse o outro a um debate, não lhe retirando, à partida, a oportunidade de expôr as suas razões - sob pena de se apresentarem como uma mentira, quando se assume que a sua é a única verdade - ......... é que era. ( Perdi-me. Que últimamente pensar muito, cansa-me. Mas era bonito, o meu pensamento!!)

    ResponderEliminar
  3. Isa, quer dizer, não existe verdade em absoluto? " Se a palavra, já por si, dispusesse o outro para o debate, se não se engalfinhasse um no outro, porque a minha verdade é que é a verdade, se fosse possível discutir estas coisas sem ser no plano das ideias, mas com exemplos práticos... Tu apontaste a religião como exemplo de seguidores, que seguem o seu próprio conceito do conceito... Conclusão: há sempre uma distorção. É como quem conta um conto. No caso da verdade tanto se pode acrescentar como tirar. O meu problema é querer saber se a verdade existe para além do conceito que cada um tem e para além da questão terminológica que aponta o nosso amigo.E mais... para além das religiões. A verdade é ou não sustentável? Deus é a verdade? Podemos pôr as coisas nestes termos? Sabes, ultimamente, tenho feitos umas pesquisas em termos de religião e não só...

    ResponderEliminar
  4. Isabel, deve haver uma verdade absoluta, que a meu ver, é aquele acontecimento que envolve pessoas, elementos, factos - estavamos aqui ou ali, chovia ou não, estas ou aquelas pessoas estavam presentes, cada uma reagiu assim ou assado. A partir daí, o meu vestido podia ter bolas e riscas e tu só teres visto as riscas. Podes ter achado que eu disse uma coisa com uma intenção, sendo a intenção outra, ou poso nem ter dito o que percebeste que eu disse. Se todas as nossas acções são regidas por valores mais ou menos universais- o que se pode e não pode, o bem e o mal e etc- e se tudo isso se molda ao que nós sentimos no momento, em relação às partes envolvidas- devido a acções passadas, impressões, instinto, simpatias ou antipatias - teremos aí uma série de verdades, todas elas legítimas e todas elas já moldadas e/ou influenciadas por todos aqueles factores. A única verdade "limpa", é o acontecimento em si. Se alguém me der um tiro, isso aconteceu, logo é verdade. Se provoquei, me expus, levei a tal pessoa a esse limite, pode ser outra verdade, mas lá está, posso ter tido razões para, o factor "acção-reacção" e tal, mas uma coisa não invalida a outra, e a unica verdade absoluta, é que me deram um tiro. A Lei determina um x de anos para esse acto criminoso e ficavamos por aí, se essa fosse a única verdade a considerar. Mas depois perguntam-lhe porquê que me deu o tiro, e ele - que não deixa de ser criminoso - fundamenta o seu acto, e conforme o que argumenta e prova, a pena pode ser igual, ou atenuada, ou pior. OU seja, a partir de um absoluto, as variantes são consideradas.
    Deus somos cada um de nós. O que acreditamos, queremos e cremos. Um Pai Nosso pode ser rezado a querer o bem do mundo, como o pode, a querer o castigo de alguém, que consideramos ser mau. Rezamos a pensar estarmos a praticar o Bem, sendo que no entanto estamos a pedir pelo Mal de alguém.
    Se Deus existisse - e olha que tenho as minhas crenças e Fé e rezo e peço e tudo e tudo - eu estava era nas Maldivas, sem net, a curtir a paisagem, em vez de estar no blog de um gajo que nem conheço, a dissertar sobre as incongruências da mente, dos conceitos e o diabo a quatro, porque pela minha verdade, era o que eu merecia. Como não estou - Ele está ocupado a deixar que os jihadistas respirem, ou o caralho - tenho que só acreditar muito que um dia, isso até pode acontecer. E sou Deus.

    ResponderEliminar
  5. Isa:
    Já estive para te enviar um mail para te contar uma série de coisas. Além disso, está a chegar a Primavera. Entendi, que, para já, não é preciso e que posso deixar aqui o meu apontamento, dado que já me respondeste. “ A única verdade limpa é o acontecimento em si!” Tudo bem! Concordo. Tenho mesmo que concordar. Isto é como dois mais dois. E também concordo com as interpretações que cada um dá ao “vestido que levas” ou à “cor dos meus sapatos”. As interpretações, tal como me dás a entender, encaixam no princípio de que eu sou eu e as minhas circunstâncias. Já ouvi, algures, que não é bem assim. Mas, não me lembro dos argumentos usados por esse alguém. Lá está a verdade a dançar na corda bamba. Era mais ou menos aqui que eu queria chegar, mas a conclusão a que chegámos, tu e eu, por outras palavras, é que é tudo relativo e remata-se tudo com o teu “ a partir do absoluto as variantes são consideradas”. Transcrevi.
    Isa, eu andei às voltas com a questão quando deixei o meu primeiro comentário. Tocaste no ponto sensível da questão: Deus! Lembro-me de já há muito ter escrito, neste mesmo blog, que gostava de acreditar que Deus existia. A Margarida respondeu-me que não precisava de Deus para nada. E eu, mais ou menos, concordei. Andava a atravessar uma fase difícil na vida. Olha, desde que me conheço, que procuro Deus. Fui educada de acordo com os princípios da Igreja católica, mas punha tudo em questão. Quanto mais velha, pior. Mais perguntas fazia e mais respostas procurava. Os verbos estão no passado. Pois estão. Já não procuro. Neste aspecto serenei. Descobri um missionário comboniano , que foi padre na minha freguesia. Saiu daqui porque se sentia melhor em actividades ligadas às missões. O certo que o senhor só com o exemplo, sem nunca me tentar converter, converteu-me. Hoje, para mim, a verdade absoluta existe. É Deus! Não acho que sejamos Deus. Mas acho que estamos nele e ele em nós. Não é a mesma coisa. Somos, de acordo com a minha verdade, intuição, Fé, digamos assim, entidades diferentes. E fui mais longe. Comecei a ler a Bíblia, e a ir a seminários sobre questões ligadas à fé. Acredito em Jesus Cristo e no que ele disse:” Eu sou o caminho, a verdade e a vida!” E as coisas começam a fazer sentido para mim.
    Não me parece que o Pai Nosso seja uma oração que possa ser rezada nos dois sentidos: fazer mal ou fazer bem a alguém. Quem reza o Pai Nosso com o intuito de fazer mal a alguém, não está a rezar nada. Também não me parece que Deus possa ser manipulado de acordo com a verdade e interesse de cada um. Mas está tão calado! E é precisamente esse silêncio que mais me toca. É um silêncio lixado que não te deixa ir para as Maldivas, não ataca o raio dos Jhiadistas e nem me impede de ter mau feitio. Também não compreendo! Eu não sei nada de nada! Só sei o que sinto! Há um tal Jesus Cristo, já te falei dele aqui mesmo, cuja doutrina me apaixona, que diz “ Eu vim para dar testemunho da Verdade!” É por isso que eu estou assim. Penso em tudo o que me disseste e é como se estivesse a ver um filme em câmara lenta sobre o que já se passou comigo. Estou diferente! Aconteceu! É possível que esta minha “saída” te tenha suscitado muitas coisas, inclusive vontade de rir ou que eu esteja alienada. Não sei! Por enquanto, sinto-me bem!

    ResponderEliminar
  6. Isabel, minha querida... esta tua saída não me suscita nada, sequer parecido com o que sugeres. Se estás bem contigo, fico feliz por ti. Se encontraste o teu caminho, boa! Se sentes que as tuas perguntas podem ter resposta, excelente. Se estás serena .. fantástico. Sério.
    Não refuto/ contra-argumento estados de alma, ou o caminho que percorreram para lá chegarem. Chegaram? Estão bem? Então, isso é que é preciso.:)

    ResponderEliminar
  7. Isa, beijinho para ti! GOSTEI!

    ResponderEliminar