Kristin Beeler |
Max Factor inventou o Beauty Micrometer (ou Beauty Calibrator) entre 1932 e 1935. O dispositivo, usando tiras de metal flexível e capaz de 325 ajustes diferentes através de parafusos, possibilitava medições da face humana com a exactidão de um milésimo de polegada.
A invenção, em tudo semelhante a um instrumento de tortura medieval, foi tão somente o utensílio que determinava a maquilhagem eficaz nos filmes a preto e branco.
O aparato, efectuadas as medições, aferia o grau de perfeição em relação ao que na época era considerado um rosto ideal em cinema. O maquilhador, com as indicações da máquina, decidia que características físicas deviam ser ocultadas, corrigidas, ou aprimoradas. A justificação para tudo isto? Simples: imperfeições quase invisíveis ao olho comum resultavam deformações flagrantes no grande ecrã.
Embora nunca claramente explicitado pelo seu criador, a máquina procurava apenas ajudar a criar rostos de simetria* perfeita (ainda hoje o motivo do culto e fascínio por actrizes do preto e branco e.g. Clara Bow, Louise Brooks, Greta Garbo, etc.). Prova disso são as duas medidas-chave da maquineta: o comprimento do nariz deve ser igual à altura da testa e a distância que separa os olhos deve ser igual à sua largura.
Max Factor demonstrando a utilização do calibrador de beleza |
Duas actrizes maquilhadas para televisão a preto e branco por Max Factor Jr. |
Com o advento da película a cores, Max Factor Jr. (nascido Francis Factor mudou de nome em 1938, após a morte do pai) inventou a primeira base de maquilhagem a que deu o nome de Pan-Cake, disponibilizada comercialmente ao público em 1937.
Glamor is not something you're born with, it's something you create.
— Max Factor
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*Já aqui foi aflorada a simetria, mas tão en passant, tão leve, tão levemente que dela não ficou, nem chuva, nem gente. Com tempo lá voltaremos, ao eixo, talvez antes de cair neve.
Uau! Obrigada pela info. Assustei-me quando vi a maquineta, e confesso o meu respeito pelas acrizes mencionadas, e outras, que se sujeitavam a essa merda toda. Acho impressionante como nos deixamos impressionar e assumimos como correcto, o que alguém determinou sê-lo, e nem estou a falar da simetria, que é sabido ter um impacto visual fortíssimo na mensagem que o cérebro recebe. Temos uma memória genética que associa simetria -> perfeição-> beleza, em menos tempo que dura um suspiro. (Curiosamente, esse tipo de quase exigência refere-se exclusivamente ao rosto.. nunca vi ninguém assim muito preocupado com a simetria de seios ou nádegas, por exemplo, mesmo sabendo-se serem essas partes anatómicas de vital importância nas escolhas de um índio). Mas lá está, as 1ºa impressão conta muito. Dizem.
ResponderEliminarA seguir à base, vieram os moduladores, que aumentam e diminuem, visualmente, o que se considera assimétrico. Pessoalmente nunca usei, porque foda-se, nunca mais se saía daqui, para além da trabalheira que dá a tirar aquela cena toda da pele. Mas são muito eficazes, em termos de ilusão.
Eu, no blog do Anão, a falar de maquilhagem. Socorro.
ResponderEliminarSim, cruzes, canhoto, caem os parentes na lama.
EliminarNão conheço a cena dos moduladores, mas vou investigar.
Interessante é saber que ele, o filho, e continuadores inventaram o lip gloss e o batom à prova de borrão, este último com recurso a robots beijadores e médias de pressão. Estou com preguiça de contar a história. É comprida.
Mas daqui resulta que o gajo que entra em casa com batom no colarinho é mito urbano.
Uma vez que não é (mito urbano) e posso provar, pode-se concluir que a exuberância de um beijo não é compatível com níveis de pressão, testes e etc. Mas a Max Factor continua a ser um ponto de referência, claro.
EliminarModuladores, são uns pózinhos que escurecem determinadas áreas do corpo (inclua-se os seios), no sentido de, visualmente, as as definir, aumentando ou diminuindo. Milagrosos. Pena é que depois têm que sair, e voltamos à dura realidade.
(Arte, meu bem. Falamos de Arte).
Quando não é mito urbano não é por acidente, nem exuberância. É um recado.
Eliminar(Moderna ou contemporânea?)
Obviamente.
ResponderEliminarO que não invalida o não ser um mito urbano.
( Dependo do resultado).
* DependE
EliminarEu dependo de outras coisas.
Obviamente.
ResponderEliminarO que não invalida o não ser um mito urbano.
( Dependo do resultado).