São tijolos os sapatos amarrados nas extremidades das longas pernas acariciantes. E os calções rasgados, filhos do salário mínimo, antecipam o estio do umbigo nu. Logo vem o top alçado sucinto — t-shirt amputada a golpes de tesoura nervosa —, mera franja de palco, encobre actrizes oscilantes no andar, firmes na sugestão. Do rosto pouco se vê, oculto entre madeixas e desmedidas lentes espelhadas. A cabeça segue flectida, apenas o olhar casto apontado ao solo e o rubor, denunciam a cilada das falsas inseguranças.
Também o Pássaro-Banana, pousado na borda do copo onde vai molhar o bico e matar a sede bebendo oceanos, simula observar o horizonte distante.
Que coisa tão bonita, a começar pelo título! Já tinha saudades de me encontrar por aqui num tempo que me ameaça ser eterno.
ResponderEliminarNão te percas.
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