Um verão, ainda
jovem, à janela, perguntou-se onde
tinham ido aquelas mulheres que assentavam arraiais à beira-mar, observando,
esperando algo que nunca iria
chegar. O vento beijava-lhes a pele,
delicadamente, empurrando em uníssono os cabelos soltos contra os lábios
carnudos. De que época vieram, de que destino
feroz se desviaram, para onde partiram? Faz muito tempo
desde que viu tal esplendor
solitário, pesado na sua imobilidade,
escrevendo a triste história da esperança abandonada. Foi nesse Verão, que vagueou no negrume, no mar das trevas, como se fosse a primeira vez, para lançar a sua própria luz, mas o que derramou foi escuridão,
o que encontrou foi a noite.
Belo, muito belo, e dá para continuar...
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