sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A história do guarda-chuva


Mesmo antes de fazermos amor ela pergunta o que sei sobre a história do guarda-chuva. O luar já representa o seu papel. Os grilos estão a postos. E eu penso na ingenuidade dos chineses. Na sabedoria dos gregos. Na imaginação crua dos egípcios. Em Pedro segurando o guarda-chuva sagrado sobre a cabeça de Jesus enquanto Ele caminha sobre as águas. Nunca saberemos qual a próxima pergunta. Ou quando. Estarmos atentos ao que nos rodeia é a melhor opção. Ou aprender a contar mentiras que possuam uma verdade apenas sua. Então contei-lhe sobre os fenícios. Sobre os estandartes de plumas que faziam sombra e reverência às mulheres de olhos amendoados. E de como faziam amor pela noite dentro.

3 comentários:

  1. Muito interessante.Estar atento ao que nos rodeia é a melhor opção. Concordo. Porque nunca se sabe quando e como sairá a próxima pergunta. Enquanto não sabemos, divagar sobre o que nos rodeia é bom. E andar com um guarda-chuva na mão, mesmo que faça sol, é uma tentação. Se o aspersor do jardim disparar, não resisto à tentação de assumir o papel de Pedro. E, neste caso, Jesus caminha sobre a relva e faz amor com a Madalena, de olhos amendoados, debaixo de um cedro do Líbano. Quanto aos chineses irão pela noite dentro em reflexão. Talvez descubram a melhor maneira de fugir às perguntas que os incomodem ou que ponham em questão o seu papel no mundo. Sobre o luar, nada tenho a acrescentar. Gosto! De facto, estar atento ao que nos rodeia é a melhor opção. É por isso que eu gosto dos gregos. Dos egípcios nem tanto. Não sei porquê. Acho que este "desabafo" sobre os egípcios é mais para servir de contraponto. A coisa podia ficar desequilibrada para o lado dos gregos e isso eu não quero. O melhor é mesmo estarmos atentos...

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  2. Nunca se sabe o que surgirá de cada juízo que é feito, se soubessemos talvez pudessemos prever a próxima pergunta. Mas as mentes ultrapassam-nos. Não conseguimos, por isso, prever o que nos será dito ou perguntado e, assim, não deixamos de nos surpreender quando analisamos as perguntas, que tantas vezes nos parecem absurdas. E, quando julgamos que já conseguimos saber o que esperar, de novo nos surpreendemos e ficamos incrédulos, tal a superficialidade emaranhada pueril, mas não inocente ou ingénua de quem nos questiona.

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  3. Não sei se concordo contigo quanto à superficialidade emaranhada e pueril de quem questiona. Isso só não basta. Há de tudo. Há quem pergunte com esse espírito e há quem pergunte com o interesse genuíno em saber. Há quem pergunte para tramar e quem pergunte para ajudar. Quem responde é que deve estar atento. Há alturas em que mando, pura e simplesmente, à merda quem me faz certas perguntas. E outras em que peço para repetirem a pergunta devagarinho para eu entender. É que, às vezes, sou "lenta demais" e quero ir até ao mais ínfimo pormenor. Mas, nem sempre fico surpreendida. Eu gosto é do mundo de coisas que uma pergunta pode abrir.

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