segunda-feira, 29 de julho de 2013

I have a dream



Não obstante a minha lacunar educação em artefactos pós-modernos, desconstrutivismo, instalações artísticas e séries televisivas (onde transporto o estigma de não ser suficientemente ilustrado, como todas as pessoas que vêm todas as séries), descobri, por mero acaso e absoluta falta de sono, a resposta nunca antes proferida; a melhor desde o início dos tempos, dada por um anão a um gigante (barbudo, feio, porco e mau, emprestado por um realizador neo-realista italiano a produtor do capitalismo judeu de Hollywood). 

Interrogado de forma ameaçadora sobre como preferia morrer, reponta o ainda jovem anão:


— Na minha cama, com oitenta anos, a pança cheio de vinho, e a boca de uma jovem em redor do pénis.*

É hoje certeza minha que tudo ocorreu no episódio que não sei, da série televisiva que não vejo, e em mera reposição avançada na noite, mas, o limbo da vigília com o sono tem particularidades. Na manhã do dia seguinte seria capaz de jurar, pela honra e por Deus, que tudo havia acontecido, de véspera, em debate no Canal Parlamento. A multidão que assistia nas galerias manifestou-se ruidosamente aplaudindo. Assunção Esteves mandou evacuar o público. O grande líder parlamentar confiscou o portátil ao jovem aprendiz de anão, e remeteu-o às últimas filas onde permaneceu mudo e quedo aguardando pacientemente a queda do príncipe regente: o secretário-geral. Prometeu-se nunca mais tentar ser espirituoso, nem confundir o ecrã do seu computador com a realidade, as "coisas sérias", a salvação da Pátria, a governação do país, o triunvirato e a troika, as privatizações. Em crescendo vai a primeiro-ministro.

* A resposta vale pelo seu wit. Receio que o anão estivesse embriagado, mas de optimismo. Na idade e estado que refere, é duvida muito minha que pudesse apresentar, a nova ou velha, bonita ou feia, mais do que um caracol sem casca: portanto uma lesma. Mas, saberá ele melhor a matéria de que são feitos os velhos sentimentos.

20 comentários:

  1. Já não vais a mais reuniões com o Tozé.

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  2. Muito bem. Sinceramente gostava de saber que escrever assim, de fazer estas ilações, de ter um sonho e de um encaixar na Assembleia da Reública, de o mandar evacuar com um anão qualquer, desde que tivesse oitenta anos e a pança cheia de vinho. Lá a gaja nova, disso, não falo. Não é assunto que faça parte do meu sonho. Também gostava de aguardar um princípe regente que não fosse espirituoso, mas que andasse por aí aos caídos à espera que o maná caísse do céu e desse com as tábuas da lei no triunvirato, no fim destes terem atravessado o mar vermelho e aportassem num porto qualquer, até podia ser no Porto da Pedras, uma terra muito bonita que há aqui perto, com corvos e rolas. Talvez estes comessem as lesmas todas que aborrecem os anões e bicassem o triunvirato até ele cair num ribeiro conspurcado que também tresenda por aqui. Fora disso, há a dizer que os anões são uma espécie em extinção porque sabem falar de coisas sérias e não confudem o écran do computador com a realidade, mesmo que sofram de insónias ou de sonambulismo.
    Lá que eu gostava de ter um sonho assim, gostava. Só não sei se perceberia alguma coisa de velhos sentimentos. Nem de novos, quanto mais dos velhos!
    E assim acabaria o meu sonho, como acaba tudo o que tem que acabar, incluindo a salvação da pátria e de todas as almas que dependem dela, tal como os gigantes que só falam a gaguejar e com a boca cheia de favas.

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  3. E já agora, acrescento mais qualquer coisa ao meu sonho: não dar erros. Por favor, subtrai o "que" da 1ª linha, que está a mais e, em vez de "tresenda", lê "tresanda". Uma pessoa já tem vergonha de ter uma escrita tão anémica e mais qualquer coisa que agora não me lembro. É raro lembrar-me do que, de facto, interessa.

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  4. Também escrevi mal "confundem". Falta-lhe o n. Daqui a pouco, fica "confodem" e então é que temos o caldo entornado. É que de anémica passo a malcriada. Já não vou ler isto mais vez nenhum, senão quem leva com as tábuas da lei sou eu e mais ainda não atravessei o Mar Vermelho. Mas, gostava!

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  5. A mim foder parece uma palavra bonita. Não percebo porque dizem ser feia. Está ali a força do acto. Bem melhor que "fazer amor" onde fica diluída a pujança. Em todo o caso coibo-me de dizê-la muitas vezes. Coro quando o faço e tenho vergonha de corar. Não de dizer foder. Enfim. Isto agora não interessa nada como diria a Teressa Guilherme.

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  6. Sim, Andreia, foder é uma palavra bonita e selvaticamente perfeita!

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    1. :) Então não ligues se te chamam malcriada. É porque não percebem a diferença substancial de ter uma ou duas palavrinhas. :)

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  7. Uma pessoa lê o título do post, o que lhe vem à ideia é isto: www.youtube.com/watch?v=dPACPWhldhA‎

    Mas pronto, em vez de dissertares sobre duas matulonas Suecas, lascivas até mais não, preferes antes cruzar a temática da baixa política com os sonhos badalhocos de uma criatura que se abrisse o capot de um UMM não lhe conseguiria ver a vareta do óleo...

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  8. Não me obriguem a ler o post todo, pelo amor da santíssima trindade, que ultimamente pra mim mais que 6 palavras seguidas em português, vira sueco.
    Enfim.

    E então, se alguém tiver tempo ou assim, digam-me: aqui fala-se de sonhos, ou de foder?


    É tudo.




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    1. Eu falei de foder. Do post entendi pouco que sou muito limitada no que concerne aos enigmas (que vai na volta, só o são para mim) do Sr. Anão.

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    2. Não o são só pra ti, Andreia.
      Acredita.



      Bom, então se quiserem dar seguimento ao assunto trazido a discussão aqui pela simpática Andreia, chamem-me. Que se bem que não hajam grandes cenas de teor exponecionalmente evolutivo no mercado, ando com uma vontadinha de dizer ao mundo que descobri uma sex-shop hiper super, qué que nem vos passa.


      Muito em particular, porque há por lá determinadas cenas para as quais fico a olhar tipo 20mn, antes de ter que pedir ajuda pra que me expliquem praquê que aquilo serve. Depois é como tudo na vida, sexo inclusive - a decepção.
      - Hã...? Isto tudo só pra isso..??

      Pá, mas vale a expectativa.

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    3. (Fico mais descansada. Já tenho por hábito sentir-me em atraso mas aqui...)

      (Onde? Onde?)

      (As pessoas complicam tudo inclusive o foder. Muito artefacto. Muita parra para pouca uva é assim o ditado não é?)

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    4. Em todo o caso gosto de ver. Onde onde? eh eh.

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    5. Num centro comercial no Estoril, Andreia.

      Mais informações, só com tranferências bancárias.

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    6. Ah o Estoril não é assim tão grande. (Sou pobrezinha.) hi hi hi. Obrigada! :)

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    7. Brinquedos, brinquedos. Pensei que a segunda infância chegasse um pouco mais tarde.

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    8. Só quero ir ver que sou por demais curiosa e ainda não deixei a primeira. Creio que vou colar as duas...

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  9. Game of Thrones

    https://dl.dropboxusercontent.com/u/19728338/GOT-tyrion%20lannister.jpg

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    1. Ah. Pois que já ouvi uns zuns zuns sobre esta série mas não me apetece ir à procura da dita e aprofundá-la em mim. Não sabia é que eras protagonista. Nem o meu interesse em ti me leva a assistir à dita. Sou muita preguiçosa e mais p'ra mais tenho de optar e prefiro ver o dancing days. Que anda ali a Júlia e o Duarte num fode não fode que já não se aguenta. (Acho que já esgotei o saldo do número de vezes que posso dizer esta palavra por dia sem que me chamem ordinarona. Não sei quando parar. Outro defeito... Mas pelo menos sei que não sei parar. O que também talvez não seja grande vantagem. E pronto. Câmbio Desligo. Prometo. Indicador com indicador. Beijinho beijinho.)

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  10. Muita parra para pouca uva no foder. Hum, vamos lá a ver o que é que isto vai dar, Andreia! Está aqui uma coisa esperta e mais ainda não abri o link que o Salman Rushdie aqui deixou. Volto mais tarde quando sentir o impacto da coisa. Ó Francisco, cala-te, tu és papa. Dá o exemplo! Também não abri ainda o teu link. Ando um bocado fechada por via não sei se quê!

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