não é o verso afiado
nem a prosa porosa
em que me vejo aninhado
a chegar e tornar presente
o antes já passado
no eco da minha mente.
tão pouco o sopro morno,
d'esse olhar garço,
cavando rugas no esquecimento.
é sim este relógio, este
maldito relógio, que
tique-taque, tique-taque,
ruge todo o tempo que passo,
no convento da tua imagem,
e depois vem, entra e retira espaço
a todo o ar que engulo.
não sei que faço,
debato-me, esperneio, estrebucho, luto
escolho a distância
será o mais seguro
pois, se arrimo vestindo o escuro,
se te acaricio,
amaino ou afundo este vazio?
se cravo o aço puro,
amanso ou faço o viver mais duro?
in Decir Adiós a Usted, Alejo Vargas (tradução, autor do blogue)
Quem é Alejo Vargas?
ReplyDelete