quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Christian Rex van Minnen



Manfungus Series 1.2

9 comentários:

  1. Como eu estou com 75 anos, perdoem este meu comentário...
    Mas esta imagem me lembra alguma coisa familiar, mas não tinha nada a ver com cogumelos, não...

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  2. Meu querido anãozinho: vou postar aqui uma coisa grande! Podes sempre apagar,se quiseres. Mas, eu achei que podia vir a propósito.

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  3. As aventuras e desventuras de um pirilau desgovernado

    Era uma vez um pirilau que vivia afoito e bem apertado num frondoso arbusto perto da praia. A sua dona era uma mulher viçosa e bem-falante, mas obcecava-o com os seus desvelos exagerados. Ela eram festas e lambidelas. Ela eram apertos e entrosadelas, a tal ponto que o pobre pirilau gemia e chorava. Metia dó!
    Um dia, já farto de tanta maldade e sevícia, com a cabecita cheia de betadine, parte decidido à procurar de novas aventuras, noutro local, mais fresco e arejado.
    Andou, andou, por montes e vales e quem o via até dizia:
    - Olhem que pirilau tão engraçado, ali vai?! É são e escorreito como nenhum outro aqui nas redondezas! E vê se bem que os anos não lhe pesam! Olhem, só, como vai direito! Que gostoso deve ser! Dito isto, a dona desta voz que não passava de uma solteirona enrabichada, já farta de esperar por dias melhores, aproximou-se do pirilauzinho e disse:
    - Olha lá, amigo, andas perdido? O pirilauzinho olhou para a sua interlocutora e não gostando do que viu, respondeu:
    - Ando a ver se me liberto dos chatos que me atacaram a penugem e não há meio de ficar melhor.
    - Chatos na penugem? A mulher ficou intrigada, mas não desistiu à primeira e respondeu. Tenho um remédio milagroso para chatos e toda a espécie de parasitas. Queres experimentar a minha farmácia?
    No entanto, valeu-lhe uma forte chuvada que de repente começou a cair e desandou dali! Aquilo não era mulher para um pirilau como ele!
    Andou, andou, até que foi ter à casa onde morava a Gata Borralheira.” Disto mesmo é que eu preciso. De borralho!” Posto isto, bateu à porta e apareceu-lhe uma mulheraça, nem nova nem velha, e com um generoso decote. “ Não me importava de morar ali perto, mas, pode ser que haja melhor. Não me posso enfiar na primeira estalagem que apareça.”
    - Entre, senhor Pirilau! Fica à vontade! A casa é toda sua!

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  4. II
    O senhor Pirilau entrou e foi acomodar-se entre as filhas da tal mulher. Se a primeira dona o amordaçava e fazia gemer, coitado, estas duplicavam em tudo. Não havia nada que elas não lhe quisessem fazer! No início, o nosso amigo, como já andava farto de procurar, até gostou e chorou de comoção. Depois, é que foi o delas. As matronas não davam mostras de o querer largar! Pudera se ele era um pirilau gordinho e desenxovalhado, quem é que podia não gostar?! Foram tantas e tão poucas as coisas que lhe fizeram que ele perdeu o pio e emagreceu a olhos vistos. Só então é que viu o logro em que tinha caído( as mulheres eram mesmo feias e mal feitas) e gritou desesperado:
    - Será que não há mais ninguém nesta casa onde é possa ser visto sem ser achado?
    - As mulheres, desconcertadas e ofendidas, responderam-lhe com mau modo.
    - Temos ali, na cozinha, a Gata Borralheira que só percebe de vassouras e de cinza. Com ela, senhor Pirilau, não leva a melhor.
    - Isso é o que vamos ver! Chamem lá a rapariga! Não, não se preocupem. Eu mesmo trato disso!
    Quando chegou à cozinha, lá estava a varrer a cinza uma mulher belíssima. Olharam um para o outro, mas ela, nada! De facto, a rapariga não entendia nada de pirilaus. Devia ser ainda muito nova e inexperiente. Mas que era linda de morrer, não há dúvidas! Era, precisamente, por uma mulher assim que o amigo Pirilau daria tudo quanto tinha e o que não tinha. Lá se chegou para ela, conforme pode, e nem o mais leve tremor lhe arrancou. A rapariga encolheu-se toda a um canto, deixando que se lhe soltasse uma das maminhas e se lhe visse a cuequinha branca. Foi quanto bastou para o senhor Pirilau se desfazer em lágrimas com tamanha comoção e embevecimento. Quando a Gata Borralheira viu tal serviço, interpelou-se a si própria sobre o que teria provocado tamanho desacato no senhor Pirilau. Incapaz de lhe suster a fúria e a força das lágrimas, desanda dali para fora, dando de caras com um corpo de polícia a quem contou o sucedido. Os agentes, intrigados, quiseram, de imediato, tomar conta da ocorrência. O senhor Gervásio, o agente mais novo, ainda imberbe, louro e de olhos azuis, fazia lembra o menino Jesus, mal se encontrou, frente a frente com o senhor Pirilau, todo ele tremia. E, enquanto os outros já estavam para algemar o desgraçado, logo ele se ofereceu para o levar no bolso. Só quem não gostou nada do arranjinho foi o senhor Pirilau, que mal se apanhou fora de casa do mulherio, inchou de tal maneira de contentamento que já nem cabia no bolso do agente louro e amaricado. Desata a fugir para grande desgosto deste e dirige-me imediatamente para o mar.

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  5. III

    Tinha ouvido falar na Dama das Camélias a um dos agentes, como sendo uma mulher que não deixava os seus créditos por mãos alheias, além de que não exigia nada em troca.
    - Pois é isto mesmo de que preciso para a passagem dos meus dias!
    Entrando e saindo do mar, lá estava uma formosa mulher.
    Quando ela o viu, tão só e abandonado, segura-o com mestria, conduzindo-o de igual modo para um denso arbusto que tinha ali, ao lado. Era tudo muito húmido, mas o senhor Pirilau não se importou nada! Ali estaria, completamente, protegido!
    - Vou ficar por aqui durante algum tempo se não te importares!
    - Claro que não! E por via das dúvidas vou atá-lo à minha cintura para não morrer afogado! E foi o que fez. E, mais uma vez, o nosso amigo, não gostou da brincadeira. A história do agente estava muito mal contada. Tinha que sair dali e sem mais demora. Então, quando a dama das Camélias se baixou para o beijar, bateu-lhe com tanta força na testa que ela respondeu:
    - Vinte anos de puta e trinta de proxeneta, nunca vi um pirilau com tanta força na cabeça! E desatou o nosso amigo da cintura que saiu dali “a pernas para que te quero.”
    Nunca mais foi visto! Anda perdido! Dão-se alvíssaras a quem o encontrar, morto ou vivo.

    20-03-2010
    Isabel Vieira

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  6. Pelos vistos, o tal pirilau desgovernado veio parar ao teu blog!

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  7. O QUE DIABOS É UM PIRILAU?
    SEM ISSO NÃO POSSO ELABORAR UMA CRÍTICA À SRA DONA ISABEL, ALTER EGO DO ANÃOZINHO GIGANTE...ACERTEI?

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  8. Um pirilau é um pirilau, Olho Vivo. E tu,Olho Vivo, como és, já sabes! Oh se sabes!...
    Quanto ao ser Alter Ego do Anãozinho Gigante é uma coisa a pensar!... É que ainda não tinha posto as coisas nesse pé! Nunca é tarde para tomar boas opções na vida! Ser o Alter Ego de alguém é uma maneira de cumprir uma alínea do Sermão da Montanha" Bem - aventurados os sofrem perseguição por amor à justiça porque deles é o reino dos céus!"
    A propósito, já viste o filme o" Reino dos Céus?" Aquele enredo todo à mistura com o Sermão da Montanha dá aquilo que eu sou para o Anãozinho Gigante! Tenho quase a certeza! À medida que fui escrevendo foram-se-me aclarando as ideias.

    Só mais um pormenor, baixinho, para que ninguém nos ouça! Eu acho que o Anãozinho Gigante não precisa de Alter Ego de ninguém! Ele já tem que chegue ou então disfarça muito bem!

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  9. Voltei atrás por uma questão que acho muito interessante: o alter ego! Fui debruçar-me mais sobre essa questão. É que eu tinha uma ideia muito vaga! De qualquer das maneiras, o que escrevi está certo.
    Ser ou não ser o alter ego de alguém é a 1ª vez que me vejo confrontada com esta situação!É interessante, Olho Vivo!
    Abraços para todos

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