Como eu estou com 75 anos, perdoem este meu comentário... Mas esta imagem me lembra alguma coisa familiar, mas não tinha nada a ver com cogumelos, não...
As aventuras e desventuras de um pirilau desgovernado
Era uma vez um pirilau que vivia afoito e bem apertado num frondoso arbusto perto da praia. A sua dona era uma mulher viçosa e bem-falante, mas obcecava-o com os seus desvelos exagerados. Ela eram festas e lambidelas. Ela eram apertos e entrosadelas, a tal ponto que o pobre pirilau gemia e chorava. Metia dó! Um dia, já farto de tanta maldade e sevícia, com a cabecita cheia de betadine, parte decidido à procurar de novas aventuras, noutro local, mais fresco e arejado. Andou, andou, por montes e vales e quem o via até dizia: - Olhem que pirilau tão engraçado, ali vai?! É são e escorreito como nenhum outro aqui nas redondezas! E vê se bem que os anos não lhe pesam! Olhem, só, como vai direito! Que gostoso deve ser! Dito isto, a dona desta voz que não passava de uma solteirona enrabichada, já farta de esperar por dias melhores, aproximou-se do pirilauzinho e disse: - Olha lá, amigo, andas perdido? O pirilauzinho olhou para a sua interlocutora e não gostando do que viu, respondeu: - Ando a ver se me liberto dos chatos que me atacaram a penugem e não há meio de ficar melhor. - Chatos na penugem? A mulher ficou intrigada, mas não desistiu à primeira e respondeu. Tenho um remédio milagroso para chatos e toda a espécie de parasitas. Queres experimentar a minha farmácia? No entanto, valeu-lhe uma forte chuvada que de repente começou a cair e desandou dali! Aquilo não era mulher para um pirilau como ele! Andou, andou, até que foi ter à casa onde morava a Gata Borralheira.” Disto mesmo é que eu preciso. De borralho!” Posto isto, bateu à porta e apareceu-lhe uma mulheraça, nem nova nem velha, e com um generoso decote. “ Não me importava de morar ali perto, mas, pode ser que haja melhor. Não me posso enfiar na primeira estalagem que apareça.” - Entre, senhor Pirilau! Fica à vontade! A casa é toda sua!
II O senhor Pirilau entrou e foi acomodar-se entre as filhas da tal mulher. Se a primeira dona o amordaçava e fazia gemer, coitado, estas duplicavam em tudo. Não havia nada que elas não lhe quisessem fazer! No início, o nosso amigo, como já andava farto de procurar, até gostou e chorou de comoção. Depois, é que foi o delas. As matronas não davam mostras de o querer largar! Pudera se ele era um pirilau gordinho e desenxovalhado, quem é que podia não gostar?! Foram tantas e tão poucas as coisas que lhe fizeram que ele perdeu o pio e emagreceu a olhos vistos. Só então é que viu o logro em que tinha caído( as mulheres eram mesmo feias e mal feitas) e gritou desesperado: - Será que não há mais ninguém nesta casa onde é possa ser visto sem ser achado? - As mulheres, desconcertadas e ofendidas, responderam-lhe com mau modo. - Temos ali, na cozinha, a Gata Borralheira que só percebe de vassouras e de cinza. Com ela, senhor Pirilau, não leva a melhor. - Isso é o que vamos ver! Chamem lá a rapariga! Não, não se preocupem. Eu mesmo trato disso! Quando chegou à cozinha, lá estava a varrer a cinza uma mulher belíssima. Olharam um para o outro, mas ela, nada! De facto, a rapariga não entendia nada de pirilaus. Devia ser ainda muito nova e inexperiente. Mas que era linda de morrer, não há dúvidas! Era, precisamente, por uma mulher assim que o amigo Pirilau daria tudo quanto tinha e o que não tinha. Lá se chegou para ela, conforme pode, e nem o mais leve tremor lhe arrancou. A rapariga encolheu-se toda a um canto, deixando que se lhe soltasse uma das maminhas e se lhe visse a cuequinha branca. Foi quanto bastou para o senhor Pirilau se desfazer em lágrimas com tamanha comoção e embevecimento. Quando a Gata Borralheira viu tal serviço, interpelou-se a si própria sobre o que teria provocado tamanho desacato no senhor Pirilau. Incapaz de lhe suster a fúria e a força das lágrimas, desanda dali para fora, dando de caras com um corpo de polícia a quem contou o sucedido. Os agentes, intrigados, quiseram, de imediato, tomar conta da ocorrência. O senhor Gervásio, o agente mais novo, ainda imberbe, louro e de olhos azuis, fazia lembra o menino Jesus, mal se encontrou, frente a frente com o senhor Pirilau, todo ele tremia. E, enquanto os outros já estavam para algemar o desgraçado, logo ele se ofereceu para o levar no bolso. Só quem não gostou nada do arranjinho foi o senhor Pirilau, que mal se apanhou fora de casa do mulherio, inchou de tal maneira de contentamento que já nem cabia no bolso do agente louro e amaricado. Desata a fugir para grande desgosto deste e dirige-me imediatamente para o mar.
Tinha ouvido falar na Dama das Camélias a um dos agentes, como sendo uma mulher que não deixava os seus créditos por mãos alheias, além de que não exigia nada em troca. - Pois é isto mesmo de que preciso para a passagem dos meus dias! Entrando e saindo do mar, lá estava uma formosa mulher. Quando ela o viu, tão só e abandonado, segura-o com mestria, conduzindo-o de igual modo para um denso arbusto que tinha ali, ao lado. Era tudo muito húmido, mas o senhor Pirilau não se importou nada! Ali estaria, completamente, protegido! - Vou ficar por aqui durante algum tempo se não te importares! - Claro que não! E por via das dúvidas vou atá-lo à minha cintura para não morrer afogado! E foi o que fez. E, mais uma vez, o nosso amigo, não gostou da brincadeira. A história do agente estava muito mal contada. Tinha que sair dali e sem mais demora. Então, quando a dama das Camélias se baixou para o beijar, bateu-lhe com tanta força na testa que ela respondeu: - Vinte anos de puta e trinta de proxeneta, nunca vi um pirilau com tanta força na cabeça! E desatou o nosso amigo da cintura que saiu dali “a pernas para que te quero.” Nunca mais foi visto! Anda perdido! Dão-se alvíssaras a quem o encontrar, morto ou vivo.
Um pirilau é um pirilau, Olho Vivo. E tu,Olho Vivo, como és, já sabes! Oh se sabes!... Quanto ao ser Alter Ego do Anãozinho Gigante é uma coisa a pensar!... É que ainda não tinha posto as coisas nesse pé! Nunca é tarde para tomar boas opções na vida! Ser o Alter Ego de alguém é uma maneira de cumprir uma alínea do Sermão da Montanha" Bem - aventurados os sofrem perseguição por amor à justiça porque deles é o reino dos céus!" A propósito, já viste o filme o" Reino dos Céus?" Aquele enredo todo à mistura com o Sermão da Montanha dá aquilo que eu sou para o Anãozinho Gigante! Tenho quase a certeza! À medida que fui escrevendo foram-se-me aclarando as ideias.
Só mais um pormenor, baixinho, para que ninguém nos ouça! Eu acho que o Anãozinho Gigante não precisa de Alter Ego de ninguém! Ele já tem que chegue ou então disfarça muito bem!
Voltei atrás por uma questão que acho muito interessante: o alter ego! Fui debruçar-me mais sobre essa questão. É que eu tinha uma ideia muito vaga! De qualquer das maneiras, o que escrevi está certo. Ser ou não ser o alter ego de alguém é a 1ª vez que me vejo confrontada com esta situação!É interessante, Olho Vivo! Abraços para todos
Como eu estou com 75 anos, perdoem este meu comentário...
ResponderEliminarMas esta imagem me lembra alguma coisa familiar, mas não tinha nada a ver com cogumelos, não...
Meu querido anãozinho: vou postar aqui uma coisa grande! Podes sempre apagar,se quiseres. Mas, eu achei que podia vir a propósito.
ResponderEliminarAs aventuras e desventuras de um pirilau desgovernado
ResponderEliminarEra uma vez um pirilau que vivia afoito e bem apertado num frondoso arbusto perto da praia. A sua dona era uma mulher viçosa e bem-falante, mas obcecava-o com os seus desvelos exagerados. Ela eram festas e lambidelas. Ela eram apertos e entrosadelas, a tal ponto que o pobre pirilau gemia e chorava. Metia dó!
Um dia, já farto de tanta maldade e sevícia, com a cabecita cheia de betadine, parte decidido à procurar de novas aventuras, noutro local, mais fresco e arejado.
Andou, andou, por montes e vales e quem o via até dizia:
- Olhem que pirilau tão engraçado, ali vai?! É são e escorreito como nenhum outro aqui nas redondezas! E vê se bem que os anos não lhe pesam! Olhem, só, como vai direito! Que gostoso deve ser! Dito isto, a dona desta voz que não passava de uma solteirona enrabichada, já farta de esperar por dias melhores, aproximou-se do pirilauzinho e disse:
- Olha lá, amigo, andas perdido? O pirilauzinho olhou para a sua interlocutora e não gostando do que viu, respondeu:
- Ando a ver se me liberto dos chatos que me atacaram a penugem e não há meio de ficar melhor.
- Chatos na penugem? A mulher ficou intrigada, mas não desistiu à primeira e respondeu. Tenho um remédio milagroso para chatos e toda a espécie de parasitas. Queres experimentar a minha farmácia?
No entanto, valeu-lhe uma forte chuvada que de repente começou a cair e desandou dali! Aquilo não era mulher para um pirilau como ele!
Andou, andou, até que foi ter à casa onde morava a Gata Borralheira.” Disto mesmo é que eu preciso. De borralho!” Posto isto, bateu à porta e apareceu-lhe uma mulheraça, nem nova nem velha, e com um generoso decote. “ Não me importava de morar ali perto, mas, pode ser que haja melhor. Não me posso enfiar na primeira estalagem que apareça.”
- Entre, senhor Pirilau! Fica à vontade! A casa é toda sua!
II
ResponderEliminarO senhor Pirilau entrou e foi acomodar-se entre as filhas da tal mulher. Se a primeira dona o amordaçava e fazia gemer, coitado, estas duplicavam em tudo. Não havia nada que elas não lhe quisessem fazer! No início, o nosso amigo, como já andava farto de procurar, até gostou e chorou de comoção. Depois, é que foi o delas. As matronas não davam mostras de o querer largar! Pudera se ele era um pirilau gordinho e desenxovalhado, quem é que podia não gostar?! Foram tantas e tão poucas as coisas que lhe fizeram que ele perdeu o pio e emagreceu a olhos vistos. Só então é que viu o logro em que tinha caído( as mulheres eram mesmo feias e mal feitas) e gritou desesperado:
- Será que não há mais ninguém nesta casa onde é possa ser visto sem ser achado?
- As mulheres, desconcertadas e ofendidas, responderam-lhe com mau modo.
- Temos ali, na cozinha, a Gata Borralheira que só percebe de vassouras e de cinza. Com ela, senhor Pirilau, não leva a melhor.
- Isso é o que vamos ver! Chamem lá a rapariga! Não, não se preocupem. Eu mesmo trato disso!
Quando chegou à cozinha, lá estava a varrer a cinza uma mulher belíssima. Olharam um para o outro, mas ela, nada! De facto, a rapariga não entendia nada de pirilaus. Devia ser ainda muito nova e inexperiente. Mas que era linda de morrer, não há dúvidas! Era, precisamente, por uma mulher assim que o amigo Pirilau daria tudo quanto tinha e o que não tinha. Lá se chegou para ela, conforme pode, e nem o mais leve tremor lhe arrancou. A rapariga encolheu-se toda a um canto, deixando que se lhe soltasse uma das maminhas e se lhe visse a cuequinha branca. Foi quanto bastou para o senhor Pirilau se desfazer em lágrimas com tamanha comoção e embevecimento. Quando a Gata Borralheira viu tal serviço, interpelou-se a si própria sobre o que teria provocado tamanho desacato no senhor Pirilau. Incapaz de lhe suster a fúria e a força das lágrimas, desanda dali para fora, dando de caras com um corpo de polícia a quem contou o sucedido. Os agentes, intrigados, quiseram, de imediato, tomar conta da ocorrência. O senhor Gervásio, o agente mais novo, ainda imberbe, louro e de olhos azuis, fazia lembra o menino Jesus, mal se encontrou, frente a frente com o senhor Pirilau, todo ele tremia. E, enquanto os outros já estavam para algemar o desgraçado, logo ele se ofereceu para o levar no bolso. Só quem não gostou nada do arranjinho foi o senhor Pirilau, que mal se apanhou fora de casa do mulherio, inchou de tal maneira de contentamento que já nem cabia no bolso do agente louro e amaricado. Desata a fugir para grande desgosto deste e dirige-me imediatamente para o mar.
III
ResponderEliminarTinha ouvido falar na Dama das Camélias a um dos agentes, como sendo uma mulher que não deixava os seus créditos por mãos alheias, além de que não exigia nada em troca.
- Pois é isto mesmo de que preciso para a passagem dos meus dias!
Entrando e saindo do mar, lá estava uma formosa mulher.
Quando ela o viu, tão só e abandonado, segura-o com mestria, conduzindo-o de igual modo para um denso arbusto que tinha ali, ao lado. Era tudo muito húmido, mas o senhor Pirilau não se importou nada! Ali estaria, completamente, protegido!
- Vou ficar por aqui durante algum tempo se não te importares!
- Claro que não! E por via das dúvidas vou atá-lo à minha cintura para não morrer afogado! E foi o que fez. E, mais uma vez, o nosso amigo, não gostou da brincadeira. A história do agente estava muito mal contada. Tinha que sair dali e sem mais demora. Então, quando a dama das Camélias se baixou para o beijar, bateu-lhe com tanta força na testa que ela respondeu:
- Vinte anos de puta e trinta de proxeneta, nunca vi um pirilau com tanta força na cabeça! E desatou o nosso amigo da cintura que saiu dali “a pernas para que te quero.”
Nunca mais foi visto! Anda perdido! Dão-se alvíssaras a quem o encontrar, morto ou vivo.
20-03-2010
Isabel Vieira
Pelos vistos, o tal pirilau desgovernado veio parar ao teu blog!
ResponderEliminarO QUE DIABOS É UM PIRILAU?
ResponderEliminarSEM ISSO NÃO POSSO ELABORAR UMA CRÍTICA À SRA DONA ISABEL, ALTER EGO DO ANÃOZINHO GIGANTE...ACERTEI?
Um pirilau é um pirilau, Olho Vivo. E tu,Olho Vivo, como és, já sabes! Oh se sabes!...
ResponderEliminarQuanto ao ser Alter Ego do Anãozinho Gigante é uma coisa a pensar!... É que ainda não tinha posto as coisas nesse pé! Nunca é tarde para tomar boas opções na vida! Ser o Alter Ego de alguém é uma maneira de cumprir uma alínea do Sermão da Montanha" Bem - aventurados os sofrem perseguição por amor à justiça porque deles é o reino dos céus!"
A propósito, já viste o filme o" Reino dos Céus?" Aquele enredo todo à mistura com o Sermão da Montanha dá aquilo que eu sou para o Anãozinho Gigante! Tenho quase a certeza! À medida que fui escrevendo foram-se-me aclarando as ideias.
Só mais um pormenor, baixinho, para que ninguém nos ouça! Eu acho que o Anãozinho Gigante não precisa de Alter Ego de ninguém! Ele já tem que chegue ou então disfarça muito bem!
Voltei atrás por uma questão que acho muito interessante: o alter ego! Fui debruçar-me mais sobre essa questão. É que eu tinha uma ideia muito vaga! De qualquer das maneiras, o que escrevi está certo.
ResponderEliminarSer ou não ser o alter ego de alguém é a 1ª vez que me vejo confrontada com esta situação!É interessante, Olho Vivo!
Abraços para todos