quarta-feira, 18 de novembro de 2015

#JeNeSuisPasCharlie


Acto terrorista: avião abatido: 224 mortos. Charlie Hebdo o jornal «irreverente que respeita os valores democráticos e a liberdade de expressão», nas palavras do seu editor-chefe Gerard Biard, «tem todo o direito de comentar factos e notícias de forma diferente». No atentado contra a companhia aérea destroços são bombas e os passageiros idiotas; não elegeram uma low-cost em que os pilotos trafiquem cocaína, mais segura, e francesa. O acento tónico é colocado nos bombardeamentos russos sobre a Síria, na qualidade da companhia aérea e na estupidez dos passageiros. 132 mortos depois, em Paris, e com a França a bombardear o Daesh acantonado em povoações civis, não com parafusos ou corpos desmembrados, mas com mísseis, Charlie Hebdo publica nova caricatura, nesta ocasião celebra a vida, e os terroristas "que se fodam, eles têm as armas, nós temos o champanhe". O porta-aviões de propulsão nuclear, Charles de Gaulle, não transporta garrafas.

A qualidade da sátira oscila com a nacionalidade dos mortos. Cresce cada vez mais fina a linha que separa o insulto da liberdade de expressão.




2 comentários:

  1. Em primeiro lugar, é necessário lembrar de onde partiu o único e verdadeiro insulto, o da matança gratuita por imberbes desenraizados motivados por fanáticos e fundamentalistas. Depois, então, escrever sobre, Gigante, Anão. As motivações, mais do que religiosas, são outras, e não se chamam Alá, chamam-se petróleo, etc.

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    1. Toda a carnificina, sem excepção, é gratuita e ofensiva - entre outras coisas. Com este pressuposto não existem insultos únicos, mas não é sobre esse facto que versa o texto.

      De toda a maneira não sei como é que homens de quase trinta anos e famílias estruturadas com pequenos negócios podem ser imberbes, nem entendo como pode o Isis estar motivado pelo petróleo.

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