domingo, 18 de outubro de 2015

Sem necessidade de recuar à antiguidade (gregos e romanos) recordo que a saudável libertinagem não teve início nos anos sessenta em Woodstock, com a música rock, a marijuana, o movimento feminista de libertação e queima de sutiãs, nem com a popularização da pílula contraceptiva; também aos neoclássicos uma ninfa bastava. Deixo apenas o link, não ambiciono que o pudor do sexo oposto — eis um adjectivo que contraria o seu propósito — a mais afrodisíaca das virtudes, no dizer desse genial misógino que foi Nelson Rodrigues, sofra danos irreparáveis



16 comentários:

  1. que belo pedaço de prosa o teu

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    1. Obrigado, volte sempre, tem lugar reservado na primeira fila.


      P.S. Retiro-me cedo porque tenho que ir ali abaixo tratar da sua homónima.

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  2. Sim. Ó. Maravilha!

    Um Sátiro em sexo oral com uma Ninfa. Ó. Tão ... Ó!

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    1. Com que então ele é isso!? "Sexo oral"? Porcarias aqui não, hã!? Saiba que me fui informar e aquilo que o sátiro performa é coisa que vem da antiguidade clássica, dos romanos, e tem nome em latim: "Cunnilingus". E se tem nome em latim ou é doença ou coisa boa e não essa porcaria de "sexo oral". Também falei com os "Anciãos das Testemunhas de Jeová" - que é uma coisa muito em moda na TVI (essa grande educadora da classe operária) e eles disseram-me que o sátiro está, e cito: "a passar o corredor a pano porque é um lugar que precisa de muita higiene." Bumba! Ora se é limpeza não pode ser porcaria nenhuma de sexo oral. E você diz isso porque lhe corre nas veias a vocação de actriz pornográfica e quer ir a Londres ver o Big Ben (claaaaaro, menos que Big não é nada - Não é Candace Bushnell?) e chocar os ingleses. Chocar os ingleses? - pergunto eu que não sei nada dos palcos londrinos mas vou à bola; espere até o Zé Mourinho oferecer umas dezenas de bilhetes aos adeptos do Chelsea e aí sim, vai ter Big Ben na primeira fila, mais o Zé Tolas e o Cabeça de Batata a Descascar. Então sim, vamos ver quem choca quem.

      E no meio disto tudo nem a velha morre nem a Camila Coça as Bolas - pensa o Carlos.

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    2. Calma, Sensei, calma, que Portugal ainda é nosso. "Sexo oral" é um termo generalista. Não quis de forma nenhuma beliscar a sua irrepreensível cultura sobre a antiguidade clássica - se bem que dentro do género (antiguidade clássica) até possa dar o meu lamiré, e com toda a propriedade, uma vez que sou eu própria um elemento da dita - nem desarrumar-lhe a prateleira dos pudores. Respire fundo, que estou a pedir com muito jeitinho ( a esta hora ainda estou simpática).
      Prosseguindo: Sendo gregos e romanos os propulsores de praticamente tudo e sexo inclusive - neste capítulo em particular, com uma ajuda brutal dos indianos, uns focando-se no "em qualquer sítio, em qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer maneira, com qualquer um ou uns", e outros no "como" - pá, acontece que dizer palavras compridas demora. As pessoas têm mais o que fazer. Cenas como trabalhar, ir à bola, passear os canitos, os filhos, ir ao super e etc, tornaram-se actividades imprescindíveis, chatas, mas imprescindíveis, (mais ou menos como a nossa actual situação governamental). Vai daí que resolveu-se, por força desta vida corrida, pôr-se tudo em capítulos. "Sexo oral" é um deles, e envolve muita coisa. Claro que "cunnilingus" é mai bonito. Soa a coisa chique. A pessoa até parece que está a ser apresentada a uma vila romana, a entrar numa loja da Vista Alegre, ou assim, mas lá está, para além de roubar o élan ao acto em si, sucede que com o tempo que se demora a dizer, já se estava a fazer. (Pessoalmente, culpo a tecnologia por estas deselegâncias). Tanto uma expressão quanto a outra, não são feias, nem sujas. "Passar o corredor a pano porque é um lugar que precisa de muita higiene" já vem lá do tempo dos mórmons, que tinham tempo pra dizer assim, por vias de não terem outras distracções. O resultado é que elas adormeciam a meio da frase, e por isso é que eles optaram por se casarem com mais que uma.
      Quanto a mim, por acaso até nem tenho vocação nenhuma pra ser actriz pornográfica, mas única e exclusivamente por vias do meu défice de paciência. Nutro o maior respeito por quem é, que aquilo de se estar a fingir prazer e orgasmos todo o santo dia, é coisa de se lhe tirar o chapéu. Já pra não falarmos do elemento "escolha". Uma gaja nao poder dizer, a meio de uma filmagem, "opá, vai lá é acabar de dormir pra casa e venha outro, qué pra despacharmos isto!", deve exigir graus de tolerância com que infelizmente não fui provida.

      A ideia daquela peça de teatro é tão, mas tão gira, é tão, mas tão original, que me levou a que, no entusiasmo, associasse uma originalidade a outras (DÁ LICENÇA?!), e já paravas com esse ciúme doentio do Big. Sinceramente, méne. A sério. Bwana, é preciso aceitarmos os factos da vida.Aquilo é um portento. Ponto. Por um acaso vês aqui alguma das tuas leitoras a refilar por estares constantemente nisso do "ai que as Ninfas pra lá, ai que as Ninfas pra cá, ai que quero as Ninfas, qué das Ninfas, quero uma Ninfa! nem sei o que vai ser de mim sem um raio duma Ninfa, preciso de Ninfas, o meu reino por uma Ninfa"..?? Não, né...?
      Então prontos! Olhágora.

      (Que Carlos..?)

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    3. "P.S. Retiro-me cedo porque tenho que ir ali abaixo tratar da sua homónima."


      Ehhp..

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    4. Charles, Camilla Parker-Bowles.

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    5. Epá.. fogo! Acabei de almoçar, mané...era perfeitamente escusado.
      Dasse!
      E depois eu é que venho práqui ajavardar.

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    6. Foi todo ele um discurso brilhante "comme d'habitude" apesar de não ser um "rebut" por via da falta de conclusões (esse conceito estranho ao belo sexo). Assim sendo vou estudar melhor os clássicos.


      A peça, sim, de uma originalidade extrema. Em tempos muito recuados, era eu um infante, o agora reformado Luís Miguel Cintra fez na Comuna uma encenação de Pasolini em que os actores, literalmente, todos os dias, davam o corpo (o traseiro) ao manifesto. Foi muito aplaudido. É um mal muito nosso: os portugueses sempre fizeram bicha para entrar pela Porta dos Fundos.

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    7. Muito obrigada.
      Que "rebut", pá? Atão mas uma pessoa vai rebutar o quê, para além do exaustivamente escrito? E estranho ao belo sexo, é é mazé o escambal.
      -Tu puseste um link que vai dar a uma pintura, de um sátiro em práticas sexuais com uma ninfa.
      - Eu digo que é sexo oral.
      - Tu dizes que não, que é o nome de um imperador romano, "cunnilingus". E que eu sou feia, e que nanana, e que se aquilo é lá da antiguidade é para ser tratado com esmero e mimimi, e que "sexo oral" é uma porcaria e nao sei quê, que se trata de um sátiro e de uma ninfa, e que se fosse para se dizer assim, então não se dizia assado.
      - A pessoa, cheia de paciência, explica que em termos práticos, podes chamar ao acto em si, o que quiseres. As personagens é que não mudam de nome nem de características. O acto pode mudar de nome sim senhor.

      E não rebutei??

      Francamente. Tsst. Lá está, é o grande mal entre géneros: uma gaja se se explica, é porque se explica mal, se não explica é porque devia ter explicado.

      É mundial,pá. Temos uma fixação por corpos, ou partes de corpos nus.Aqui há tempos passou no Casino Estoril "rapazes nus a cantar".Foi um falatório, ai que inusitado.
      Aposto que a grande maioria de quem viu, não sabe o nome de um único rapaz, nem o que cantavam. Os tabus são lixados. À primeira oportunidade de deixarem de o ser, ou de serem tratados sob o prima "arte", é ver-nos a correr e aplaudir.

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    8. Pronto, então, o prémio de "Best Oral Sex Ever" vai para este senhor aqui.

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  3. Quem não gosta? Sabes porque foi inventado o rímel pelos romanos? Sinal de sexo a mais.

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    1. Temo que seja mito urbano, pois que, sexo a mais, para os romanos que eram gente, seria conceito desconhecido. Ora atenta nesta passagem de Catulo:

      «Please, my dear sweet Ipsitilla, my precious one, my lovely girl, order me to come to you at lunchtime. If you do invite me, it would be helpful if no one bars the door and you don’t go out. Stay at home and get ready for nine nonstop fucks. So, if you are interested, invite me right away, for I’m lying here well fed and on my back, banging away at my tunic and the
      blanket.»

      Reforça a minha tese o facto de Ipsitilia ser um acidente de percurso. O grande amor de Catulo foi Claudia Pulcra Tercia.

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  4. Vou aprofundar esse mito.

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