domingo, 22 de dezembro de 2013

e porque temos vindo a falar de carne processada apresento aqui um exemplo das artes performativas contemporâneas, prenhe de significado e conteúdo, cuja classificação entre as audiências vai de «mas caganda porcaria», até ao «excelsa parábola sobre a desconstrução do mundo, a vida em sociedade no contexto gregário, e a utilização de smartphones 4G em ambiente rural»; entrego-vos pois os extremos da escala classificativa para que cuidem de traçar a média e a mediana — e não, não são uma e a mesma coisa — e assim o faço porque não sou o cronista exemplar que António Guerreiro é citando sempre três autores (que ninguém leu com excepção do próprio), em cada duas frases no suplemento semanal do jornal que, enfeudadamente, mais e piores discos e livros promove com fervor religioso (o Público, no suplemento Ípsilon, empatado com o Expresso na Atual, perseguidos no primeiro lugar pela revista Ler e JL) tudo sempre com enorme caução dos escrevinhadores da res publica; para terminar em jeito de aviso informo que entre os figurantes não se encontra a Erica Fontes, ao contrário do que vários adeptos da série "Onde está o Wally?" preconizam, mas que eu, se alguém me perguntasse, diria que não fazia mossa nenhuma à Arte se a performer fosse a Sara Sampaio e não me venham cá com coisas sobre os problemas que a jovem tem com a língua e com o descodificar do seu pensamento que eu atiro-vos logo com o signo, o sinal, o meio e a mensagem, o Saussure, o Lévi-Strauss, o Chomsky, o McLuhan, o Aron, o Barthes, o meu estimado Žižek, o Derrida, o Deleuze, até mesmo Lacan, isto para não mencionar essa alma torturada — Foucault — que tomou para si as dores do mundo, o que como toda a gente sabe dá mau resultado porque o mundo é uma merda e a gente que nele vive também



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