Procuram-se estes sujeitos. Descendestes de Bismark, oriundos das estepes russas, salafrários e alcoviteiros, deixaram a força do trabalho e dedicaram-se ao roubo, assédio, entre outras malfeitorias. Um é perneta, outro é maneta, o 3º é palafreneiro, ranhoso e mal vestido, e os restantes, por vias das dúvidas, usam lentes de contacto e gostam de apanhar morcegos para vender aos chineses que, pelos vistos, comem tudo. Foram vistos nas feiras e mercados, que ainda há, a ouvir música aos berros, de onde se destaca o “ O filho do Recluso e o meu Zé tem a Vara Curta. Eu não sei nada. Simplesmente fui informada por um tal Francisquinho, que os identificou pela cor dos olhos e pelo jeito manhoso que todos deram ao cabelo. Garanto-vos que nenhum deles é flor que se cheire. Em Cabeceiras de Baixo, não se fala noutra coisa. Entraram numa igreja e roubaram todos os santos que lá existiam. Eram santos de talha dourada, já um pouco carunchosa, mas isso não teve importância para eles. Houve uma velha que viu e fecharam-na na sacristia, com bagos de milho debaixo dos joelhos. Disseram-lhe que era para fazer penitência, já que eles a não faziam. Seguidamente, encontraram uma moçoila que andava a passear o cão. Puseram o cão em liberdade e a ela colocaram-lhe a trela. Ela bem se debatia, mas, com razão ou sem ela, acabou por levar com a perna de pau do perneta, a mesma que usava para mexer o caldo-verde, no acampamento de ciganos. Diziam eles e, com alguma razão, que já eram horas de se inverterem alguns papéis na sociedade. “ Quem é cão passa a ser gente e quem é gente deve passar a ser cão.” Agora estamos neste impasse. A rapariga foi socorrida pelo cão e os gajos, pelos vistos, dirigem-se, a toda a pressa, a S. Tiago de Compostela, sempre com a música pimba no ouvido. Portanto, os malfeitores têm 3 ficções: o filho do recluso e o meu Zé tem a vara curta, os santos das igrejas e velhas, a quem põem bagos de milho debaixo dos joelhos para fazerem penitência, e raparigas novas que andem a passear cães. Dão-se alvíssaras a quem os encontrar: um cravo do 25 de Abril e a uma pauta, gravada a ouro, com a música da Grândola Vila Morena.
Fumar não deixa o cabelo em bico :D
ResponderEliminarProcuram-se estes sujeitos. Descendestes de Bismark, oriundos das estepes russas, salafrários e alcoviteiros, deixaram a força do trabalho e dedicaram-se ao roubo, assédio, entre outras malfeitorias. Um é perneta, outro é maneta, o 3º é palafreneiro, ranhoso e mal vestido, e os restantes, por vias das dúvidas, usam lentes de contacto e gostam de apanhar morcegos para vender aos chineses que, pelos vistos, comem tudo. Foram vistos nas feiras e mercados, que ainda há, a ouvir música aos berros, de onde se destaca o “ O filho do Recluso e o meu Zé tem a Vara Curta. Eu não sei nada. Simplesmente fui informada por um tal Francisquinho, que os identificou pela cor dos olhos e pelo jeito manhoso que todos deram ao cabelo.
ResponderEliminarGaranto-vos que nenhum deles é flor que se cheire. Em Cabeceiras de Baixo, não se fala noutra coisa. Entraram numa igreja e roubaram todos os santos que lá existiam. Eram santos de talha dourada, já um pouco carunchosa, mas isso não teve importância para eles. Houve uma velha que viu e fecharam-na na sacristia, com bagos de milho debaixo dos joelhos. Disseram-lhe que era para fazer penitência, já que eles a não faziam. Seguidamente, encontraram uma moçoila que andava a passear o cão. Puseram o cão em liberdade e a ela colocaram-lhe a trela. Ela bem se debatia, mas, com razão ou sem ela, acabou por levar com a perna de pau do perneta, a mesma que usava para mexer o caldo-verde, no acampamento de ciganos. Diziam eles e, com alguma razão, que já eram horas de se inverterem alguns papéis na sociedade. “ Quem é cão passa a ser gente e quem é gente deve passar a ser cão.”
Agora estamos neste impasse. A rapariga foi socorrida pelo cão e os gajos, pelos vistos, dirigem-se, a toda a pressa, a S. Tiago de Compostela, sempre com a música pimba no ouvido.
Portanto, os malfeitores têm 3 ficções: o filho do recluso e o meu Zé tem a vara curta, os santos das igrejas e velhas, a quem põem bagos de milho debaixo dos joelhos para fazerem penitência, e raparigas novas que andem a passear cães.
Dão-se alvíssaras a quem os encontrar: um cravo do 25 de Abril e a uma pauta, gravada a ouro, com a música da Grândola Vila Morena.