«Já vi massas com armas de fogo, mas nunca tinha visto armas de fogo no meio de uma massa que rebola os quadris, flecte os joelhos e vai baixando o bumbum como quem senta, ao som de um refrão contínuo que diz: Senta-senta-senta na piroca. Piroca é aquilo a que todo o brasileiro chama pau. Homem tem, mulher não, a não ser que se chame Vadila e tenha nascido Lobato. Aí, acreditem, o pau até pode ser virgem.
[...]
Na primeira concentração de colunas de som, está de putaria: Vem para cá e aquece a bucetinha ... Tum-te-tum, tum-te-tum. Bucetinha pode rimar com facinha, mulher que "dá para todos", mas mulher que "dá para todos" também pode ser piranha, e quando a piroca entra na xereca o refrão repete: Vou socar / vou socar. Turn-te-tum, tum-te-tum. O som está tão alto e os baixos tão baixos que vibram na base do estômago. Subir o Buraco Quente é ser tomado por uma massa quente que começa a pulsar nos nossos órgãos internos.
[...]
Nasceu Lobato, escolheu chamar-se Vadila. "A primeira vez que 'dei' para homem tinha 11 anos", conta, coquete. "Só dei para homem. À frente sou virgem." Quer dizer, no pau. Assim avançados que estamos, o alegre jacarandá, que nem gosta de funk e está aqui de cortesia, vai revelando que ele mesmo "dá" para homem. "E sou galinha!" Quer dizer, "dá" muito.»[...]
Alexandra Lucas Coelho in jornal Público, 18.03.2001, texto completo aqui.
As minhas desculpas aos utilizadores do Firefox 4.0 a hiperligação para o texto completo em ficheiro de formato pdf não funciona nesse browser. Desconheço o motivo. Funciona em Opera e IE.
HAHAHAHAHA
ResponderEliminarE os coelhos nanicos também entram nesse regabofe?
Tenho que ir ler.
Carla
Fascinantes os sinónimos!!!
ResponderEliminarViva a Língua Portuguesa!!!!:).
Maria Amaral