Segunda medida: envolver o exército - os tanques estão na rua - se ocorrer sangue nos primeiros dias é menos provável que posteriormente os militares virem a casaca.
Aos que rejubilam com o crescente envolvimento popular na deposição de mais um ditador árabe, convém aguardar um pouco antes de cantarem hossanas.
Os motivos são os seguintes:
- As palavras de ordem dos manifestantes referem "o amigo dos EUA e de Israel"* e não a instauração de uma qualquer democracia, da qual não existe tradição, nem desejo, no Médio Oriente;
- Se na Tunísia o islamismo radical não teve tempo para se apropriar do descontentamento popular, o mesmo não sucede no Egipto;
- Trocar uma ditadura por uma república islâmica radical, à semelhança do Irão, em nada beneficia aquele país ou a geopolítica da região;
- Não creio que a Arábia Saudita e a Líbia permitem nas suas portas o pé de Ahmadinejad;
- Os que hoje bramam nas redes sociais, por liberdade e democracia, poderão ser os mesmos que passados meses começam a lamentar as lapidações e execuções em praça pública;
- Se estão apenas a substituir um mal por outro, bem podiam poupar nos cadáveres.
Já tinha dito isto algures, mas repito aqui porque estou a pintar as unhas e não posso ser original.
ResponderEliminarOs tronos vazios têm sempre, à sua volta, quantidade enorme de abutres. A coroa vai para o mais voraz.
Su blog es muy bueno :)
ResponderEliminare aqui? comé?
ResponderEliminarUma das recordações mais vivas que guardo das minhas visitas ao Cairo, para além dos animais mortos que boiavam no Nilo, sob o olhar impávido e sereno de algumas crianças que lá tomavam banho e das suas mães que lavavam roupa e enchiam vasilhas com água para levar para casa, é o fechar das ruas de cada vez que o Sr. Presidente ou algum dos seus familiares saía de casa. E quando digo fechar as ruas refiro-me a centenas (sim, centenas) de guardas armados até aos dentes que se colocavam ao longo de todo o percurso, evitando carros, pessoas e burros de circular. E isto aconteceu todos os dias, não era uma saída de Estado especial ou qualquer coisa assim...
ResponderEliminarMas também gostei das pirâmides e da gata com cabeça de gente.
ResponderEliminarE daquele senhor guarda que me escoltou até à porta da sinagoga (para minha protecção, claro) e que lá chegados me apontou a pistola (como em "arma de fogo" e não metáfora para outra coisa qualquer) exigindo-me dinheiro pelo serviço que tinha acabado de me prestar. Para minha protecção, claro.
E posto o acima referido mais ao explicado no post, está este destino posto de parte nas minhas próximas férias.
ResponderEliminarObrigada a todos.
Isa, não negues à partida uma ciência que desconheces!
ResponderEliminarNem tudo é mau, eu faço tenção de lá voltar.
Os tanques estão na rua.
ResponderEliminarRei saudita apoia Mubarak.
ResponderEliminarhttp://www.publico.pt/Mundo/rei-saudita-apoia-mubarak-uniao-africana-esta-preocupada-com-a-violencia_1477704
Claro que o rei saudita apoia mubarack...na repressão aos manifestantes, aposto... :p
ResponderEliminara união africana está é preocupada com a revolta e com a deposição de pulhíticos corruptos e cruéis.
se eu fosse ao sócretino, começava a preocupar-me também.
SPREAD THE TUNISIAN FEVER!!!
A melhor recordação que a minha cunhada guarda da visita à Argélia, foi de a terem tentado raptar do quarto de hotel.
ResponderEliminarA melhor recordação que a minha irmã guarda da visita a Marrocos, foi de lhe terem gritado por estar de ombros nús, de ter sido obrigada a esfregar o cabelo com pó para parecer morena, de ter sido seguida na rua, de a quererem comprar... enfim. Já eu não guardo recordação nenhuma desses paraísos porque me recuso a meter lá os pés. :PPP
Tapar os ombros, eu?? havia ter que ver...
ResponderEliminarVani, o tapar os ombros é apenas uma questão de respeito. Diz quem sabe que é suposto fazeres o mesmo quando entras numa igreja... E em algumas não entras mesmo (como turista ou como fiel) de ombros ao léu e obrigam-te a vestir umas capinhas...
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