segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As memórias do maestro Miguel Graça Moura sob a batuta de Pedro Mexia: uma moral com história

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Depois de uma arenga intelectual, o maestro determina: «Tenta manter-te completamente descontraída. Os músculos do esfíncter são altamente elásticos e excitáveis, como aliás toda a região anal. Vou começar por saudar esta maravilhosa entrada.» E depois passam férias em Rabat. 
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«A desmesura desta erecção pode causar-te dor», avisa o maestro, e ela confirma que o coiso é de facto «imponente». O coiso, aliás, tem petit nom «senhor embaixador». Belo cartão de visita. Eis um homem que entre duas pranchadas diz «George Steiner, ensaísta americano nascido em Paris em 1929». Ou: «Sabe-se pouco sobre a vida de Hieronymus Bosch [ ... ]. Terá nascido à volta de 1450 e morreu em 1516.» Não há facto cultural que não seja feito conversa de engate. Entre duas sem tirar, o maestro, momentaneamente refractário, discorre sobre Tintoretto, a descolonização, a arquitectura do Pompidou, Rachmaninov, Visconti, a história da valsa, a sexualidade em Roma e as diferenças entre taoísmo e confuncianismo. E depois, enquanto descansa de novo, retoma: «Regressemos
a Ingmar Bergman.» Rachida admite: «É muita areia para a minha camioneta». E para a nossa também.
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"As meninas têm direito a cartão de crédito para correrem lojas e museus, e depois, Galateias tontas, satisfazem o maestro."* 

Moral da história: MP acusa Miguel Graça Moura de gastar fundos públicos. Mas, ufa! Não é acusado de pagar por sexo (o mais próximo disso são charutos Cohiba). As memórias mantêm-se verdadeiras.

*Toda a recensão na revista Ler, Maio de 2010, aqui.

1 comentário:

  1. Mais explicações de MGM:
    http://aeiou.expresso.pt/miguel-graca-moura-regressa-ao-passado=f546017

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