sábado, 13 de novembro de 2010

A saída para a crise passa por...

O jornal Expresso «recolheu as sugestões de 35 economistas, gestores e empresários para ajudar a economia a sair do buraco» e «salvar Portugal.»

Apesar de acreditar que Portugal também precisa, algumas vezes, de ser salvo do Expresso e do enxame de gestores e gurus que vivem na colmeia das suas páginas, muitos, com cargos de governação ou assessoria em passado recente; 

Apesar de saber que nenhuma das receitas indicadas é inovadora ou inocente;

Apesar de saber que estes mesmos pensadores falharam previsões, já produziram documentos de grupo, ideários, credos e rosários, hoje tralha obsoleta e anquilosada;

Apesar da minha falta de confiança na competência dos governantes e num mercado desregulado ou, não obstante regulação e fiscalização em agentes total e completamente incapazes (v.BPN); 

Apesar de saber que os mendigos profissionais de milhões vão continuar a trautear o refrão do costume;

Apesar de já ter perdido a fé, a confiança, a credulidade e estar mal acompanhado (Bushmills) vou contribuir, mas, na minha casa virtual, aqui.  

A "sugestão" é simples e penso; eficaz. Reporta-se unicamente ao trabalho extraordinário, e consiste em dois actos (etapas, fases, vectores, estádios, enfim, o que lhes quiserem chamar).

No primeiro restringe-se (impossibilitando mesmo, em muitos casos)a todos os sectores não essenciais do Estado(defesa nacional, investigação criminal, hospitais) o recurso ao trabalho extraordinário. Aqui deve incluir-se toda a administração pública, autarquias, empresas públicas, municipais, etc.

No segundo isenta-se de todas as taxas e impostos o trabalho extraordinário do sector privado. A montante e a jusante, ou seja, sobre quem paga e sobre quem recebe*.

No primeiro passo existe poupança de recursos que, em geral, são dificilmente justificáveis. No segundo, sem diminuir a receita fiscal orçamentada,** apoia-se o sector produtivo e em especial as empresas exportadoras, as responsáveis pelo crescimento. Os serviços apanham boleia.


E é tudo e só. Depois existem nuances, mas isso são tecnicalidades e já me falta o fôlego. 

Tenho a certeza que ao acordar vou arrepender-me disto.

* Creio não ser necessário explicar o efeito da medida sobre a motivação para o trabalho extraordinário, o efeito deste na produtividade e depois no PIB and so on ou o efeito do aumento de rendimento, de percentagem significativa das famílias, no mercado interno.
** Penso que se entende que qualquer eventual perda de IRS e Taxa Social Única ou outras, sobre o trabalho extraordinário, que actualmente se presta, seria largamente compensada pelo aumento de receita de IVA sobre os bens e serviços transaccionáveis. 

2 comentários:

  1. Acho que não te vais arrepender.

    ResponderEliminar
  2. O SIS anda aí a defender os interesses sabes de quem não é?

    ... Anão ...? ... anão? ...ó anão!?

    ResponderEliminar